Local será chave para a Olimpíada 2016
Veículo Leve sobre Trilhos é um dos projetos da Prefeitura |
A zona portuária terá papel fundamental nos Jogos Olímpicos de 2016. A promessa foi feita pela Prefeitura do Rio ao Comitê Olímpico Internacional (COI), durante a candidatura da cidade a sede da Olimpíada. Para o prefeito Eduardo Paes, os preparativos para o mega evento devem ajudar regiões em decadência a retomar a força. Ele quer levar os dois equipamentos que abrigarão os jornalistas nacionais e internacionais na Olimpíada – Centro de Mídia e Vila de Mídia, que atualmente estão projetados para serem construídos na Barra da Tijuca – para os bairros do entorno do porto.
Paes apresentou à delegação do COI uma maquete do Centro e da Vila, juntamente com uma proposta de transferência desses equipamentos da Barra da Tijuca para o Porto, próximo à Avenida Francisco Bicalho. A apresentação desta mudança foi feita durante a primeira reunião do Consórcio Olímpico governamental formado pelos três níveis de governo – União, Estado e Município – e pelo comitê organizador Rio 2016.
De acordo com Eduardo Paes, a decisão do COI não será rápida, pois a comissão terá de avaliar se de fato o projeto é bom para a cidade. “O que dei de garantia para eles, ao propor a transferência de algumas coisas para a área do porto, é de que em nenhum momento deixaremos de cumprir com o que assumimos no contrato firmado. Apenas argumentamos que essa adaptação seria melhor para a cidade, e que teria um impacto muito positivo para os jogos”, conta Paes.
O objetivo de transferir esses equipamentos, na avaliação do prefeito, é aproveitar a oportunidade da realização da Olimpíada e ajudar a dar mais impulso ao projeto Porto Maravilha. “Agora, precisamos de uma avaliação deles, por isso vamos aguardar. O que nos deixa otimistas é exatamente a preocupação constante do COI de que a Olimpíada precisa deixar legados para as cidades sedes e isso já um bom sinal”, completa Paes.
Na avaliação do presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), Rogério Chor, a zona portuária é o melhor local para construir a infra-estrutura para a imprensa e a Vila Olímpica. “O porto é a última zona urbana da cidade que ainda pode ser explorada e é bem localizado. Ele é perto da estação de trem, da rodoviária, tem uma vista bacana, e tem uma área grande para fazer uma implantação urbanística bonita. Portanto, não resta dúvidas que a zona portuária é a solução”, afirma o presidente da Ademi.
Chor diz que a Olimpíada é um marco para o Rio de Janeiro e que precisa ser explorada da melhor maneira possível, de modo que áreas ainda em desenvolvimento ou em decadência da cidade sejam também beneficiadas. “Só o fato de ligarmos a zona portuária ao evento já promove um clima de ânimo entre investidores. O poder público, contudo, precisa administrar de maneira sadia a questão da construção de moradias, para que não se tenha algo desordenado e saturado”, pondera.
O presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro (IAB-RJ), Sérgio Magalhães, também professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que está lutando para que os investimentos programados para a Olimpíada de 2016 sejam mais vantajosos para a cidade como um todo.
Elevado da Perimetral será demolido |
Segundo ele, a zona portuária tem grande importância histórica, pois foi a partir desta região que o Rio de Janeiro se constituiu como cidade. “O porto que fez com o Rio se tornasse capital do império. Foi o porto que também permitiu, quando houve a grande remodelação de Pereira Passos, no século 20, que o Rio se transformasse na Cidade Maravilhosa. Naquela época, o porto foi capaz de conseguir recursos ingleses, e com isso, tivemos chance de construir a Avenida Central, hoje conhecida como Rio Branco”, explica.
Vanessa Rosseto.
Vanessa Rosseto.
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