As grandes dificuldades de transporte na região precisam ser sanadas para o sucesso do projeto.
A zona portuária sofreu ao longo dos anos com o abandono, falta de planejamento urbano e esvaziamento populacional, um quadro que precisa ser revertido com urgência. Com a intensificação do comércio mundial, a atividade portuária tende a aumentar consideravelmente nas próximas décadas, o que torna maior a necessidade de planejamento nos transportes e no tráfego da região. A movimentação de carga nos últimos anos está na casa dos 8 milhões de toneladas. O movimento de passageiros aumentou de 93 mil em 2006, para mais de 400 mil em 2010.
Segundo o diretor de Marketing da Federação das Empresas de Transportes de
Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), João Augusto Monteiro, a solução para o transporte na região é a construção dos corredores de ônibus. “Os conhecidos BRTs (Bus Rapit Transit, na sigla em inglês), que estão sendo muito bem vistos em várias cidades do mundo, são a solução mais barata e rápida que temos. Vários exemplos, em Curitiba, Bogotá e na África do Sul, mostram que é uma saída. Com a criação desses corredores, a qualidade de vida da população vai aumentar consideravelmente,” disse. Monteiro aponta como vantagens a redução no tempo de deslocamentos e de acidentes. “Os BRTs vão ainda estimular as pessoas que têm automóveis a usarem o transporte coletivo”, acrescentou. No Estado do Rio de Janeiro, mais de 9 milhões de pessoas utilizam, por dia, os meios de transporte coletivo – ônibus, metrô, trens, vans e barcas –, e mais de 74% da população carioca
utiliza ônibus. O impacto destes números pode ser avaliado com os congestionamentos de trânsito, que também dificultam a vida na zona portuária. "O trânsito local é mais um desafio que iremos enfrentar. Inicialmente, vamos demolir a alça de subida do viaduto da Perimetral,
em frente aos armazéns do cais, e construir, no subsolo da Praça Mauá, uma garagem subterrânea com capacidade para mil carros”, afirma o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para quem estas obras melhorarão o trânsito na região que, lembra, ficou desvalorizada
com o tempo.
A empresa Rio Ônibus, responsável pela administração das empresas e linhas de ônibus.
em circulação no Rio de Janeiro, confirmou que pretende reformar o terminal Américo Fontenelle. “Pretendemos ampliá-lo bastante, de forma a que todas as linhas que chegam da Baixada Fluminense parem nele, reduzindo o congestionamento no entorno da área portuária.
Os ônibus não irão mais até o Centro da cidade, como hoje: todas as linhas intermunicipais
passarão a ir para o terminal Américo Fontenelle”, explicou o vice-presidente da Rio Ônibus,
Octacílio Monteiro. De acordo com o executivo, a Rio Ônibus criará linhas circulares dentro do Centro. “Com a ampliação do terminal Américo Fontenelle, colocaremos linhas fazendo a ligação do terminal Norte com o Sul. O terminal Sul será o da Misericórdia (Praça XV). A idéia é interligar esses terminais”, assinalou. O vice-presidente disse que enviou proposta à Prefeitura, de criação de corredores exclusivos para ônibus nas avenidas Francisco Bicalho e Presidente Vargas. Contou ainda que deseja colocar GPS (Global Positioning System) nesses futuros corredores. “Estudos estão sendo detalhados afim de serem aprovados pelo prefeito. À medida em que os corredores forem criados, eles serão dotados de GPS. O passageiro vai poder saber em quantos minutos o ônibus que ele deseja pegar vai demorar para chegar, e saber quais vias estão mais engarrafadas. Queremos dar prioridade ao transporte público,”concluiu.
Fabiana Alves.
Fabiana Alves.
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